quarta-feira, novembro 02, 2005

Red light

Sexta-feira, de tarde, regresso a casa depois de mais uma semana de trabalho. Estava a chover quando peguei no carro mas entretanto já parou. Parei no semáforo da avenida e limpei os pára-brisas traseiros, mais uma atitude compulsiva que estou convencida que mais ninguém faz, mas ainda assim se os colocaram lá é porque alguém pensou em usá-los. Sem pinguinhas a colonizarem-me o vidro, dei por mim a olhar (pelo retrovisor) o carro de trás. Ela ao volante, ele praticamente ao colo dela, com a barba por fazer, um sorriso do tamanho do mundo e uns olhinhos brilhantes, mordiscava-lhe a orelha. Ela resistia toda derretida até que finalmente cedeu a um beijo hollywoodesco. Censurei-me a olhar em frente. A luz escorregou e de vermelho passou a verde. Olhei novamente para trás e os limpa pára-brisas do Clio continuavam numa alegre dança apaixonada (mas sem chuva para limpar)

1 comentário:

Anónimo disse...

ainda tu perguntas qual será o interesse de vir a este blog ler umas coisas.. eis aqui a razao! ja li mtos posts e tenho estado a gostar bastante mas este tá qq coisa!!!! parabens pelo talento da escrita! foi tao fácil imaginar toda a cena e vivê-la com intensidade... q bonito!

e ja agora: eu reconheço essa atitude compulsiva de limpar o vidro de trás!! o da frente nem tanto mas o de trás tem de estar impecável!!!!!!!! vivam os limpa pára brisas!