terça-feira, janeiro 10, 2006

Esclarecimento do post infrajacente

Para que conste, a última frase do post anterior não põe em causa a baixa produtividade do nosso país à beira-mar plantado. Acho que isso é um facto comprovável em qualquer base de dados que faça análise comparativa entre as nossas produtividades e a dos nossos concidadãos do Velho Continente.
Assim, o que se pretendia com a dita frase era chamar a atenção para a etiologia desse facto. O que se queria era realçar que a necessidade de dar emprego aos jovens, de diminuir o desemprego, aumentar a força trabalhadora activa em vez de obrigar as pessoas a arrastarem-se até aos 65 anos nos seus postos de trabalho.
Não era isso que eu quereria ter visto os meus avós a fazer, certamente não gostarei de ver os meus pais a trabalhar até à exaustão. E asseguro-vos que não gosto de ver a minha irmã a perder os melhores anos de vida, os anos em que ela é mais capaz*, ao lado de um telefone a tomar nota de recados. E ainda assim, antes isto do que passar os dias apenas a mandar CVs.

*Sim, podemos iludir-nos quanto à longevidade que temos vindo a atingir nos últimos anos mas não quanto ao facto de que as nossas capacidades decrescem invariavelmente com a idade... Se nós por volta dos 20 anos temos esta sensação de imortalidade e nos sentimos capazes de quase tudo, o que é certo é que com o passar dos anos perdemos habilidades, capacidades, destreza motora e mental. Não nos iludamos, a idade de bom traz a experiência (mas pouco mais)

3 comentários:

Raquel disse...

Concordo plenamente com a tristeza que é ver pessoas cheias de capacidades a desperdiçar neurónios com actividades que qualquer QI de 70 seria capaz. Mas a verdade é que o problema não está só na idade da reforma, está na burocracia, está no mais que instalado sistema de cunhas e pricipalmente na inércia que também há dentro de nós para começar algo de novo em vez de "mendigar" emprego. E contra mim falo!

P.S.:Agora que te apanhei, não te largo..nem que seja só para te dar na cabeça quando repetires algumas das coisas parvas que disseste sobre ti em posts anteriores (sim, li todos!). És uma miúda espectacular e se alguém disser o contrário (mesmo que esse alguém sejas tu) tem de se ver comigo.

P.S.: Esta tara de querer manter o blog secreto faz-me lembrar os Morangos com Açucar, o que é, concordo, uma comparação deprimente! :P

Bjs

garutti disse...

Gostava de acrescentar uma medida que o estado pode tomar:
- flexibilização das propinas de modo a direccionar os jovens para cursos que o país tenha mais necessidade.
Mas concordo que este problema é fundamentalmente social.

P.S: Hoje aprendi uma palavra nova: etiologia. Foi bom, mas vê lá se não apanhas manias com os doutores... ;)

garutti disse...

Podias ter perguntado no café pá :P
Se o mercado precisar de um certo tipo de mão de obra a formação correspondente deve ser gratuita ou muito barata. Em contrapartida certos cursos devem acabar ou, em alternativa, sustentarem-se a 100% com as propinas.