"- Tenho medo - grasnou a Ditosa.
(...)
- Vais voar, Ditosa. Respira. Sente a chuva. É água. Na tua vida terás muitos motivos para ser feliz, um dele chama-se água, outro chama-se vento, outro chama-se sol e chega sempre como recompensa depois da chuva. Sente a chuva. Abre as asas - miou Zorbas.
(...)
- Estou a voar! Zorbas! Sei voar! - grasnava ela, eufórica, lá da vastidão do céu cinzento.
O humano acariciou o lombo do gato.
- Bem, gato, conseguimos - disse ele suspirando.
- Sim, à beira do vazio compreendeu o mais importante - miou Zorbas.
- Ah, sim? E o que é que ela compreendeu? - perguntou o humano.
- Que só voa quem se atreve a fazê-lo - miou Zorbas."
in História de uma gaivota e do gato que a ensinou a voar de Luis Sepúlveda
segunda-feira, março 27, 2006
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1 comentário:
É brilhante, não é? E ainda por cima, de um forma tããããão despretensiosa! :)
Tenho ideia que já leste "O velho que lia romances de amor", portanto um dia destes tenho de te emprestar "Os piores contos dos irmãos Grim"...
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